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Planalto recebe com alívio resultado de eleição na Argentina

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resultado do primeiro turno da eleição argentina, com o peronista Sérgio Massa em primeiro lugar, foi recebido com alívio pelo Palácio do Planalto. O maior temor era de uma liderança folgada do candidato Javier Milei, que tem atacado pessoalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alguns integrantes do governo ensaiaram até mesmo uma discreta comemoração. Em uma rede social, o ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) escreveu sobre o resultado, ainda na noite de domingo:

“Uma forte resposta do povo argentino nas urnas hoje. Parabenizo o primeiro colocado na eleição desse domingo, Sérgio Massa. Viva a democracia!”.

O alívio no Planalto não é por acaso. Milei já disse que pretende limitar o comércio com o Brasil, chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “comunista raivoso” e de “socialista com vocação totalitária”.

Também há preocupação de como ficaria o acordo comercial Mercosul e União Europeia com um cenário de vitória de Milei.

Independente do resultado do 2° turno, relações internacionais entre Brasil e Argentina vão permanecer, analisa Camarotti

Ele tem promessas de campanha radicais, que, além do rompimento com parceiros, estimula a dolarização da economia (substituir o peso argentino pelo dólar norte-americano) e a extinção do Banco Central local, por exemplo.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que uma eventual vitória do economista ultraliberal traz receios.

“É natural que eu esteja [preocupado]. Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso. Preocuparia qualquer um… Porque em geral nas relações internacionais você não ideologiza a relação”, disse Haddad em entrevista à agência Reuters.

“Não se transpõe para as relações internacionais as questões internas. Mesmo quando você tem preferências, manifestas ou não”, acrescentou o ministro.

Mesmo assim, a ordem no governo brasileiro é de cautela com o segundo turno, por reconhecer que será um pleito muito difícil. A determinação é não cair nas armadilhas de Milei e evitar responder às provocações do argentino.

Para integrantes do Itamaraty ouvidos, qualquer que seja o resultado final da eleição argentina, deve prevalecer o pragmatismo nas relações comerciais.

Um diplomata brasileiro lembrou que na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro não havia qualquer diálogo político com o presidente da Argentina, Alberto Fernández.

“Mesmo assim, as relações comerciais foram mantidas”, ressaltou essa fonte do Itamaraty, lembrando que o país vizinho é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.

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