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JB foi derrotado em operação de bastidor para suspender reajuste dos combustíveis

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O governo escalou o ex-ministro Bento Albuquerque para uma operação que naufragou no final de semana: pressionar o conselho de administração da Petrobras a suspender o reajuste dos combustíveis.

Albuquerque, que é ex-ministro de Minas e Energia e um dos responsáveis pela indicação de José Mauro Coelho, foi procurado ainda na sexta-feira (17) por integrantes do Planalto e, também, por Arthur Lira com objetivo oficial de que ele convencesse Coelho a deixar o posto.

Mas a estratégia do Planalto tinha outro foco: cobrar a renúncia de Coelho, sim, mas principalmente usar Albuquerque junto a conselheiros de administração da Petrobras para trabalhar pela suspensão do reajuste dos combustíveis.

Albuquerque tentou, durante todo o final de semana, articular essa suspensão junto ao presidente do Conselho Administrativo, Marcio Weber, mas a estratégia foi infrutífera. Ele foi informado de que, apesar dos esforços de aliados de Bolsonaro no conselho, a diretoria executiva não ia rever o aumento.

Foi lembrado o óbvio a Albuquerque: pelo estatuto, a decisão de reajuste da Petrobras é da diretoria executiva da estatal, já tomada e sem condições de ser revertida legalmente – apesar da pressão do governo.

Sem entregar a suspensão do reajuste, o ex-ministro garantiu a aliados do governo no domingo que Coelho estaria fora da presidência da estatal na manhã desta segunda – o que, de fato aconteceu.

O governo quer passar a narrativa de que foi uma vitória a saída de Coelho, mas, na verdade, a saída não só estava prevista como tem pouco efeito prático após o aumento dos combustíveis.

Funciona como uma saída para o Congresso não dar prosseguimento a uma CPI em ano eleitoral, esvaziando o tema sem parecer que estão recuando – quando, na verdade, os parlamentares estão mais preocupados com suas eleições do que com os trabalhos legislativos.

O que está em jogo, agora, é saber quais medidas o governo e a base na Câmara vão conseguir aprovar no embate com a Petrobras – e se o Senado vai apoiá-las.

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