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Com tombo das ações, Petrobras perde mais de R$ 100 bilhões

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Com o forte tombo na cotação das ações a Petrobras perdeu bilhões em valor de mercado em poucas horas. Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, por volta das 11h20, a estatal havia encolhido R$ 72,5 bilhões em pouco mais de uma hora de pregão, o equivalente ao valor de mercado da Natura.

Na sexta-feira (19), antes mesmo do anúncio do presidente Jair Bolsonaro da indicação de um novo presidente-executivo para a Petrobras, a estatal já tinha visto o seu valor na Bolsa encolher R$ 28 bilhões.

O levantamento da Economatica considera o valor dos papeis por volta das 11h20, quando as ações ordinárias (PETR3) tinham queda de 19,08% (R$ 21,93), e as preferenciais (PETR4) tinham baixa de 19,39% (R$ 22,03).
A Petrobras era avaliada nesta segunda na bolsa em R$ 282,2 bilhões, contra R$ 382,9 bilhões no fechamento da última quinta-feira (18), retrocedendo para o menor patamar desde novembro de 2020. No início do governo Bolsonaro, valia na bolsa R$ 316 bilhões. Em maio de 2008, chegou a valer R$ 510 bilhões.

Segundo a Economatica, a maior queda diária já registrada no valor de mercado da Petrobras foi registrada no dia 9 de março do ano passado, na esteira de um tombo nos preços internacionais do petróleo, quando a estatal perdeu R$ 91,1 bilhões.

Preocupações
Na noite de sexta-feira, Bolsonaro anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, para a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, gerando muitas críticas. Para que a troca na presidência da Petrobras seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras, que tem reunião prevista para esta terça-feira (23).

A decisão e Bolsonaro de trocar o comando da Petrobras repercutiu negativamente entre investidores, com vários analistas cortando a recomendação dos papéis, bem como reduzindo preços-alvo.

A XP Investimentos, por exemplo, cortou a recomendação para os papéis da Petrobras de “neutro” para “venda” no domingo, em relatório sob o título “Não há mais como defender”.

“As declarações recentes do presidente acendem um enorme sinal amarelo – senão vermelho ao cenário político local”, afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, em comunicado a clientes.

Já para a equipe a Mirae Asset, a decisão de Bolsonaro “tende a comprometer a venda de ativos da empresa, que vinham tendo uma performance positiva”.

Ações das estatais Eletrobras e Banco do Brasil também caíam forte na B3 nesta segunda-feira.

“O momento político no Brasil não é um dos melhores diante de tantas de urgências que nós temos, reformas para serem aprovadas, austeridade fiscal e controle de gastos públicos. No atual momento em que o país se endivida mais. Tudo isso em meio a uma pandemia que ainda não foi embora”, avaliou Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos

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