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Novo coronavírus pode causar perdas de até US$ 113 bilhões no transporte aéreo

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O setor de transporte aéreo de passageiros pode sofrer perdas bilionárias este ano relacionadas à epidemia do novo coronavírus, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Em análise divulgada, a entidade estima que as perdas globais de receitas devem ficar entre US$ 63 bilhões e US$ 113 bilhões.
No cenário mais otimista, a Iata vê a epidemia contida nos mercados onde mais de cem casos haviam sido reportados até 2 de março. Já o cenário pessimista considera uma disseminação mais ampla do vírus. Não foram feitas estimativas para o possível impacto no transporte aéreo de cargas.
Em fevereiro, a estimativa era de perdas de US$ 29,3 bilhões, considerando um cenário em que os efeitos do Covid-19 ficariam restritos aos mercados associados à China. “Desde então, o vírus se espalho para mais de 80 países e as reservas futuras foram severamente impactadas em rotas além da China”, diz a entidade.
As maiores perdas são esperadas nos mercados da Ásia e Oceania, de US$ 49,7 bilhões, com queda de 23% no número de passageiros. As estimativas não incluem África, América Latina e Caribe, onde ainda não foram registrados países com mais de dez casos da doença.
‘Sem precedentes’
A Iata relata ainda que as ações das empresas aéreas caíram quase 25% desde o início da epidemia – 21 pontos percentuais a mais do que recuaram durante ponto similar da crise da Sars, em 2003.
Segundo o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac, os acontecimentos resultantes do Covid-19 são “quase sem precedentes”.
“Em pouco menos de dois meses, as perspectivas da indústria em grande parte do mundo fizeram uma virada dramática para pior. É incerto como o vírus vai se desenvolver, mas independente se vamos ver o impacto contido em alguns mercados e perdas de receitas de US$ 63 bilhões, ou um impacto maior levando a uma perda de US$ 113 bilhões, isso é uma crise”, apontou.
De Juniac afirmou ainda que muitas empresas aéreas estão reduzindo suas capacidades e tomando medidas de emergência para reduzir custos, e pediu aos governos que “considerem um alívio nos impostos, taxas e alocação de slots (posições de pouso e decolagem nos aeroportos”. “Esses são tempos extraordinários”.

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