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Mortes por Covid-19 voltam a crescer na cidade de São Paulo

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O número de mortes diárias por Covid-19 na cidade de São Paulo está em alta desde segunda-feira (10). O município abandonou a tendência de queda e de estabilidade que estava ocorrendo desde 23 de junho.

A média móvel dos últimos 7 dias foi de 78 óbitos diários nesta quinta-feira (13). Há duas semanas, a média era de 56 mortes por dia – um aumento de 38,4% em 14 dias.

Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, também há aumento no número de mortes por semana. O aumento semanal das mortes na capital é de 24%, de acordo com as estatísticas oficiais de mortes por data de registro, atualizadas até quinta.

O aumento não é resultado da mudança de orientação do governo federal, que passou a considerar também mortes por Covid-19 confirmadas apenas por exames de imagem, sem teste laboratorial. Em todo o estado, 221 mortes ocorridas ao longo da pandemia e diagnosticadas como coronavírus apenas por exame de tomografia, sem teste de Covid-19, foram incluídas nesta quinta. O estado não divulga quantas dessas 221 mortes ocorreram na cidade de SP.

Na quinta, quando o governo estadual passou a adotar esse critério, a média móvel na capital teve 6 mortes a mais do que a do dia anterior. A tendência de aumento ocorre desde segunda, com alta de 16% na segunda, 39% na terça, 35% na quarta e 38% na quinta, sempre na comparação com 14 dias atrás.
o prefeito Bruno Covas (PSDB) defendeu que há queda nas mortes por Covid-19 na cidade. Para isso, Covas utilizou dados de mortes por data de ocorrência, e não por data de registro. O padrão utilizado pelo estado de SP para permitir o relaxamento ou flexibilização da quarentena é sempre o de mortes por data de registro.

As mortes por data de ocorrência sempre revelam um pequeno número de óbitos nos últimos dias porque, com o atraso nas notificações, esse dado é atualizado retroativamente. Já as mortes por data de registro consideram os óbitos incluídos em sistema a cada dia. É este número que está em alta na capital.

O prefeito admite que o número de mortes ocorridas nos últimos “3 ou 4 dias” ainda deve ser atualizado para cima, mas argumenta que a tendência nesse indicador é de queda.

“Ainda temos notificação que serão agregadas, mas tirando esses 3, 4 dias últimos no gráfico, a gente percebe essa tendência de queda, como vem sendo relatado pela prefeitura nos últimos 10 dias”, disse Covas.
Cientistas explicam que, na maioria das vezes, a confirmação de uma morte por Covid-19 leva dias, por causa da demora nos exames. Por conta disso, é importante que as mortes por data de registro, e não de ocorrência, sejam utilizadas em comparações, para que a sociedade tenha uma noção real da velocidade de evolução da pandemia nas várias regiões do país.

Em junho, o Ministério da Saúde anunciou que mudaria o critério de contagem de mortes por Covid-19. Contrariando a regra mundial, o ministério decidiu anunciar somente os óbitos que ocorrerem nas últimas 24 horas, e não os que foram registrados nesse período. Após ser alvo de duras críticas de especialistas, a pasta recuou e voltou a divulgar os dados nacionais por data de registro.

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