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Embaixador da Noruega diz que Brasil precisa de plano concreto contra o desmatamento

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O novo embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Rudd, afirmou, após reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, que o Brasil precisa de um plano concreto para o desmatamento.

Rudd deu a declaração a jornalistas após a audiência com Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia e tenta destravar o Fundo Amazônia. A Noruega é um dos países financiadores.

“Nós temos algumas discordâncias sobre o Fundo da Amazônia, mas estamos prontos para conversar”, disse o embaixador, que acrescentou:

“O Brasil precisa de um plano concreto para o desmatamento, precisa acordar um estilo de gestão do comitê.”

Criado em 2008 para financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização, o Fundo Amazônia está parado desde abril de 2019, quando o governo Bolsonaro extinguiu os colegiados Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA), que formavam a base do Fundo.

À época, Noruega suspendeu repasses ao fundo. Em resposta, Bolsonaro afirmou que o Brasil não precisava do dinheiro da Alemanha para preservar a Amazônia. No ano passado, a rede Observatório do Clima apontou que o fundo tem cerca de R$ 2,9 bilhões parados.
Mourão

Mourão está desde fevereiro de 2020 à frente do Conselho da Amazônia. Em abril passado, ele afirmou que o Brasil pretende reduzir pouco a pouco o desmatamento ilegal até zerar a prática em 2030.

Na oportunidade, o conselho oficializou o Plano Amazônia 2021/2022 que indicou uma meta. A meta, contudo, é menor do que a quantidade de desmatamento registrada no governo Bolsonaro.

O texto prevê reduzir o desmatamento, até o fim de 2022, aos níveis do que foi registrado, na média, entre 2016 e 2020.

Entretanto, na prática, segundo a rede Observatório do Clima (OC), o objetivo do governo não é reduzir, mas deixar a Amazônia ao final de 2022 com uma devastação “apenas” 16% maior do que a registrada no período anterior ao governo Bolsonaro.

Plano Amazônia e COP 26

Mourão também concedeu entrevista após a audiência com o embaixador da Noruega. O vice-presidente declarou que o Brasil tem planos em execução e deu como exemplo o Amazônia 2021-2022.

O vice declarou que discutiu com Rudd a retomada do Fundo Amazônia e destacou que será importante nesse processo o desempenho do Brasil nas reuniões da conferência sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 26. O evento começa em 31 de outubro na Escócia e debaterá mudanças climáticas e preservação ambiental.

“O nosso desempenho nas reuniões que vão ocorrer na COP vai ser importantíssimo para que a imagem do país em termos de questão ambiental seja recuperada”, disse Mourão, que não tem previsão de ir à conferência.

O vice-presidente informou que na próxima quinta-feira (21) terá reunião com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, na qual será apresentar a estratégia do Brasil na COP 26.

“Dentro desta estratégia está o planejamento de como atingir as obrigações nacionalmente determinadas, entre elas, o fim do desmatamento ilegal até 2030”, disse Mourão.

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